sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

DEPUTADO DIZ QUE SOJA ESTÁ ENCALHADA

Tendo sua produção destinada basicamente para exportação, o agronegócio, mais uma vez, vem pedir socorro ao governo devido ao encalhamento da produção de soja que se encontra armazenada nos silos das grandes propriedades e dos grandes grupos econômicos do setor de insumos. Agora estão utilizando os deputados do bloco ruralista para pleitear programas de incentivos, prorrogação de dívidas e outras ações, injetando mais recursos públicos para o agronegócio. Já não bastasse os 50 bi de reais para o setor, contra apenas 10 bi para agricultura familiar que é responsável por quase 80% do abastecimento de alimentos na mesa dos brasileiros.
Veja o texto abaixo.

ANDREZZA TRAJANO
Contrariando as expectativas de crescimento do setor de grãos no Estado, por meio do recém-lançado Programa de Incentivo ao Agronegócio do Governo de Roraima, o deputado federal Márcio Junqueira (DEM) disse à Folha que parte da safra de soja do ano passado sequer foi comercializada, para poder ser anunciado o aumento da área de plantio.

Para o parlamentar, o tema demanda mais clareza, evitando a criação de uma falsa expectativa. “Não que não tenhamos potencial para produzir, pois temos muito e deveríamos plantar. Só que existem fatores que não estão sendo considerados, como as questões ambiental e comercial”, destacou.

Segundo ele, as trades (negociações) que comercializam soja, têm um acordo com a Ong WWF para que a compra do grão na Amazônia só possa ser feita mediante autorização dela. “Me diga quais outros estados da Amazônia apresentam condições de produzir como Roraima? O Amapá é notoriamente voltado para o extrativismo, enquanto Roraima é quem ainda ensaia essa vocação natural de plantio de grãos no bioma lavrado, na área de campos naturais. Então, dizer que vão plantar soja sem levar em consideração essas questões é uma forma equivocada”, criticou.

Junqueira enfatizou que parte da safra colhida no ano passado ainda está nos silos da Cooperativa Grão Norte e de outros plantadores. Mas não são apenas os plantadores que estão no prejuízo, conforme o parlamentar. O grupo Diplomata, que financiou insumos agrícolas para a plantação de soja no Estado, também estaria no vermelho.

De acordo com o deputado, o grupo financiou mais de R$ 12 milhões para o plantio e recebeu a soja como pagamento do empréstimo. Assim como os produtores, não consegue vender os grãos. O prejuízo é estimado no mesmo valor do financiamento.

Outra área em queda é a plantação de cana-de-açúcar. A empresa Biocapital, que pretendia implantar uma usina de biodiesel no Estado, ainda não conseguiu autorização para construção do espaço e já amarga um prejuízo de cerca de R$ 5 milhões.

Márcio Junqueira ressaltou que as questões ambiental e comercial devem ser vistas como prioridade para o desenvolvimento do agronegócio e sugeriu que a discussão ganhe espaço no 4º Fórum de Governadores da Amazônia Legal. “Não só a Amazônia, como todo o Brasil não suportam mais as discussões efêmeras, pueris, vazias, que só servem para fotografia e propaganda”, criticou.

O produtor Paulo César Quartiero é um dos produtores com soja estocada nos silos. Ele informou à Folha que tem 53 mil sacas de soja avaliadas em R$ 1 milhão em seus depósitos, sem ter para quem vender.

Sem compradores no Brasil - para ele a WWF é quem dita o que deve ser comprado na Amazônia -, Quartiero buscou o mercado venezuelano como saída. Mas, segundo ele, o governo daquele país não quis criar um “desagrado” com o brasileiro e não fez negócios com o produtor.
Chamando a política governista estadual de “criadora de factóides” ao anunciar a expansão do plantio de soja sem oferecer infraestrutura, Quartiero teceu críticas. “Hoje o Governo de Roraima é o governo das poucas causas, da distribuição de cesta básica, de brinquedos, e não do desenvolvimento”, atacou.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

JACKSON E EMBAIXADOR DA INDONÉSIA DISCUTEM IMPLANTAÇÃO DE REFINARIA DE BIOCOMBUSTÍVEL

Por: Raimundo Garrone - Secom
Data de Publicação: 10 de fevereiro de 2009

O governador Jackson Lago recebeu, na tarde desta terça-feira (09), no Palácio dos Leões, o embaixador da Indonésia, Bali Moniaga, em visita oficial ao Maranhão com o objetivo de iniciar conversações para implantar no estado uma refinaria de biocombustível, a partir da amêndoa do dendê, com uma plantação de palma em no mínimo 500 mil hectares.

“Vamos estudar essa possibilidade, pois temos amplas condições para receber investimentos desse porte no estado, além da proximidade do nosso porto com a Europa e Estados Unidos”, disse o governador Jackson Lago.

A estimativa do governo indonésio é que sejam investidos 3,5 bilhões de dólares, gerando cerca de 125 mil empregos diretos. “Foi muito positivo esse primeiro encontro, esperamos que possamos realmente investir no Maranhão”, ressaltou Bali Moniaga.

O cônsul da Indonésia no Brasil, que acompanhava a comitiva, Paulo Camiz da Fonseca, explicou que o dendê é o óleo mais puro do mundo, com 0% de gordura trans, o que amplia ainda mais a capacidade lucrativa da cultura da palma. “Países como os EUA, por exemplo, só permitem a utilização de qualquer óleo que tenha 0% de gordura trans. E essa é uma tendência mundial”, explicou.

A escolha do Maranhão deu-se pela feliz união de um porto como o Itaqui e a localização geográfica do estado em relação à Linha do Equador. “A palma cresce até 7º graus da linha do Equador, e o Maranhão está nessas condições”, disse Ossy Tirta, diretor do Salim Group, a maior empresa na área de palma da Indonésia.

Ainda participaram da reunião o secretário de Planejamento e orçamento, Aziz Santos, o secretário adjunto da Indústria e Comércio, Fernando Duailibe, e o presidente da Fundação Maranhense de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Sofiane Labidi.

Dendê - Entre as oleaginosas cultivadas, o dendezeiro ou palma, como é conhecido, é a planta que apresenta a maior produtividade por área cultivada. Produz, em média, 10 vezes mais óleo do que a soja. As práticas culturais adotadas no seu cultivo constitui-se em um sistema de produção agroindustrial, com aceitável estabilidade ecológica e baixos impactos negativos ao ambiente.

A planta produz três anos após o plantio e tem sua produção distribuída ao longo do ano, por mais de 25 anos consecutivos.

O fruto de dendê produz dois tipos de óleos, extraído por processos físicos: pressão e calor, sem uso de solventes químicos. O óleo de palma ou dendê ocupa hoje o 1º lugar na produção mundial de óleos e ácidos graxos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"A POLÍTICA DO GOVERNO VAI ACABAR COM A AMAZÔNIA", AFIRMA PROFESSOR DA UNB

Estudiosos da UnB criticam decisão do governo de reduzir o reflorestamento de 80% para 50% nas áreas desmatadas

Kennia Rodrigues
Da Secretaria de Comunicação da UnB

“Os produtores vão comendo pelas beiradas, até a floresta acabar. Já estamos consumindo mais que podemos. E as implicações são as mudanças climáticas”, afirma o professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, Othon Leonardos. A crítica refere-se à decisão polêmica do Ministério do Meio Ambiente de reduzir a área de reflorestamento na região próxima à rodovia BR-163, no Pará. A partir de quinta-feira, 5 de fevereiro, o replantio será feito em apenas 50% do terreno desmatado, em vez dos 80% anteriores.

A área onde deveria haver recomposição florestal está dentro da Amazônia Legal e representa 7.100 km2, terreno maior que o Distrito Federal. Pela legislação, os produtores instalados em toda reserva amazônica devem reflorestar 80% da área que desmataram. Mas, com a medida, eles passam a ter obrigação de replantar metade da extensão de suas propriedades.

Embora prevista no Código Florestal, a flexibilização traz debates acirrados. “Está na contramão da história, do processo de preservação da Amazônia”, analisou o especialista da UnB, Humberto Ângelo. Aprovada pela Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico Econômico do Território Nacional - grupo formado por representantes de 13 ministérios – ela ainda terá de passar pelo crivo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Se acatada pelo colegiado do ministério, será submetida à sanção do presidente Lula. A medida vale para aqueles que desmataram até 2005. “A redução da área privada com cobertura florestal atende ao interesse privado. O interesse público esta restrito às áreas públicas que alcançam índices insignificantes”, opina outro pesquisador em florestas, também da Universidade de Brasília, Carlos Rossetti.

JUSTIFICATIVA – O diretor de zoneamento territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, explica a decisão do governo. Três motivos respaldaram a deliberação, de acordo com ele. Um deles é que a flexibilização diminui a pressão de desmatamento sobre novas áreas da floresta.

Outra justificativa é que área de influência da rodovia possui grande presença de grupos sociais, e “não há nenhuma possibilidade de imaginar uma medida drástica nesse momento de simplesmente exigir a recomposição integral, já que no passado não se adotaram políticas e mecanismos que evitassem a situação”, declara Vizentin.

DESTRUIÇÃO - Para Leonardos, a decisão do governo, amparada no argumento de alcançar a legalidade é mais uma prova de descontrole e incompetência no trabalho de fiscalização. “É uma hipocrisia. Os criminosos desmatam e depois o governo passa a mão na cabeça. Daqui a pouco vem nova pressão deles e diminuem os 50%”, diz o professor.

Em um futuro próximo, analisa Rosseti, a floresta original estará apenas em áreas públicas. “Este processo ocorreu com a Mata Atlântica ao longo da costa brasileira e também com a Floresta de Araucária”, lembra. “Isso prova que o valor da floresta ainda não alcança o valor da proteína vermelha (pecuária) nem o valor da proteína verde (soja) e outras culturas de ciclo curto, como cana de açúcar, arroz, feijão”, finaliza o especialista.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

INDUSTRIA DE PRODUÇÃO DE FÉCULA BENEFICIA PRODUTORES NA BAHIA

por Waleska Barbosa

A maior região produtora de mandioca do Brasil, o sudoeste da Bahia, vai ganhar uma indústria de produção de fécula, carboidrato extraído da raiz de mandioca usado em substituição ao amido de milho. A unidade, que fica pronta no primeiro semestre de 2010, será construída no distrito de Corta Lote, em Vitória da Conquista, com investimentos sociais da Fundação Banco do Brasil de cerca de R$ 4 mi. A capacidade de beneficiamento será de 100 toneladas de raiz por dia.

O convênio que garante a construção do empreendimento foi assinado hoje (5), em Salvador/BA, pelo governador do estado, Jaques Wagner, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub), Izaltiene Rodrigues, e por um representante da prefeitura de Vitória da Conquista.

A unidade fabril vai atender diretamente 2,2 mil agricultores familiares cooperados da Coopasub, em 17 municípios baianos. Indiretamente, cerca de 10 mil pessoas serão integradas ao mundo do trabalho. A produção anual de mandioca dos associados da cooperativa é, em média, de 44 mil toneladas de raiz.

"A região só produzia, até agora, farinha de mandioca. Poder trabalhar com a fécula, um produto nobre da raiz, vai garantir o acesso a um vasto mercado, que inclui de indústrias de embutidos, de celulose e panificação até a petroquímica", afirma o assessor do projeto Dácio Brandão.

De acordo com ele, a fecularia vai garantir maior rendimento e inclusão social dos agricultores e a certeza de que terão como comercializar a produção. "A cooperativa vai comprar antecipadamente a farinha e a raiz da mandioca por um preço definido e justo, eliminando incertezas e, o mais importante, a figura do atravessador", diz.
Investimentos sociais - O presidente da Fundação BB, Jacques Pena, destacou o papel da entidade na articulação de parcerias que garantem o incentivo a empreendimentos solidários, sustentáveis e de desenvolvimento territorial. "A cadeia produtiva da mandiocultura, no sudoeste da Bahia, já havia recebido investimentos sociais de R$ 3,6 milhões para fortalecimento da agricultura familiar em todo o processo produtivo, do plantio à comercialização. A implantação da indústria de fécula vai melhorar ainda mais a vida de milhares de agricultores familiares da região", afirmou.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, destacou a importância da Fundação Banco do Brasil para a inclusão social dos agricultores familiares ligados à Coopasub. "A atuação da Fundação BB é um exemplo de gestão campeã", ressaltou.

Na mesma ocasião, foi assinado um convênio para a construção de uma unidade de empacotamento de farinha e um módulo administrativo, em Vitória da Conquista, com investimentos sociais de R$ 160 mil da Fundação Banco do Brasil. O projeto também tem investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mais informações
Fundação Banco do Brasil
Gerência de Comunicação e Mobilização Social
Portal:www.fundacaobancodobrasil.org.br

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

FISCAIS LIBERTAM 49 DE TRABALHO ESCRAVO NA COLETA DO JABORANDI



Depois de encarar uma longa jornada até chegar às frentes de trabalho, grupo móvel encontrou pessoas isoladas, sem receber salários e submetidos à dívida ilegal. Folhas colhidas por elas abasteciam indústria química paulista

Por Bianca Pyl

Enquanto Belém recebia cerca de 100 mil pessoas para discutir temas sociais como o trabalho escravo no Fórum Social Mundial, 49 pessoas estavam sendo libertadas pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a mais de 960 km da capital paraense.


A libertação ocorreu numa propriedade a 190 km de São Félix do Xingu (PA). Todos os tipos de violações relacionados ao crime de trabalho escravo estavam sendo aplicados: isolamento geográfico, endividamento, não-pagamento de salários, alojamentos precários, água sem nenhum tratamento e alimentação inadequada, além de superexploração.


"Esses trabalhadores estavam completamente isolados do mundo", conta Klinger Moreira, auditor fiscal que coordenou a operação. O grupo móvel enfrentou muitas dificuldades para chegar até os trabalhadores. Uma das frentes de trabalho ficava a 70 km da sede da fazenda. Os primeiros 20 km do percurso foram feitos de carro e os outros 50 km com uma moto que os fiscais conseguiram emprestada.


A retirada das pessoas do local foi feita de canoa e o retorno à sede da fazenda levou oito horas. "Para se ter uma idéia da distância, um grupo que saiu mais tarde, às 16 horas, teve que pernoitar na margem do rio e só chegou a sede às 13 horas do dia seguinte", ilustra o auditor fiscal.


Havia outra frente de trabalho mais próxima, a 40 km da sede da fazenda, mas a dificuldade para semelhante: só os 20 km iniciais foram percorridos de carro. Fiscais chegaram a caminhar 7 km no barro para alcançar o local em que os empregados estavam. "Eles eram obrigados a caminhar até 15 km pela floresta para colher as folhas de Jaborandi e voltavam esse mesmo percurso carregando sacos de até 60 kg da folha", relata Klinger.


Os trabalhadores foram aliciados no Maranhão, em maio de 2008, por Maria Georgeres Daher. Segundo apuração dos fiscais, ela recebia recursos da empresa química Sourcetech, com base em Pindamonhangaba (SP), para a fabricação da pilocarpina, um alcalóide extraído das folhas do jaborandi (Pilocarpus microphyllus). A planta brasileira é utilizada pela indústria química principalmente na fabricação de colírio para glaucoma e cosméticos.


A Sourcetch tem, desde maio de 1997, o registro Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, que permite a comercialização de seus produtos no país. A empresa também obteve um certificado da Comissão Européia, desde março de 1998, o Certification of Suitability of Monographs of the European Pharmacopoeia pela European Department for the Quality of Medicines.


De acordo com Klinger, a intermediária da mão-de-obra utilizava a conta de uma empregada para receber os recursos da empresa. Os recibos dos depósitos estão na mão dos fiscais. "A prova que temos são os depósitos efetuados, Maria não manteria o negócio se não fosse por esses pagamentos".


A fiscalização apurou que a aliciadora entrou em contato com a empresa para oferecer as folhas colhidas e fechou um acordo. Os fiscais encontraram também alguns vídeos feitos por Maria que mostram os funcionários durante o trabalho. Há, ainda, um vídeo que registra um representante da Sourcetech, a quem Maria chama de "patrão".

Por conta do isolamento, os produtos necessários para o trabalho quanto e para uso pessoal eram comprados pela contratante, que revendia tudo pelo dobro do preço. "Eles recebiam pequenos adiantamentos sem nenhuma periodicidade, algumas pessoas ficaram até dois meses sem receber nada", descreve o coordenador da ação. Os funcionários ainda eram obrigados a comprar um kit contendo repelente e remédio para picada de cobra.

Um dos acampamentos era chamado pelos trabalhadores de "inferno verde" e ficava próximo a um rio. Todos os abrigos eram barracões de lona, com piso de chão bruto, sem colchões ou camas. Não havia água potável no local, nem instalações sanitárias.

O auditor fiscal entrou em contato com a Sourcetech e conversou com um diretor técnico que reconheceu a compra da produção dos trabalhadores libertados. "Ele disse que a empresa não iria pagar os direitos trabalhistas. O que poderiam fazer era comprar as 10 toneladas de Jaborandi colhidas para que o dinheiro pudesse ser repassado aos trabalhadores. O valor das 10 toneladas não chegaria a R$ 50 mil", relata Klinger.

Após o resgate, as 49 pessoas libertadas - entre elas duas mulheres - foram alojadas em hotéis na cidade de São Félix do Xingu (PA) e ainda aguardam o pagamento das verbas rescisórias.

A Repórter Brasil entrou em contato para registrar a posição da empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SERÁ QUE O GOVERNO JACKSON LAGO VAI MUDAR O RUMO DO DESENVOLVIMENTO NO MARANHÃO?

Por Mayron Regis

O governador do Estado do Maranhão, Jackson Lago, se reuniu no final de semana passado, com ambientalistas de 15 organizações não governamentais finlandesas ligadas à Fundação Siemenpuu, que tem atuação em vários países. A atividade foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e teve como mediador o presidente nacional do MST, João Pedro Stédile. A discussão foi em torno dos impactos causados pela fabricação de celulose, a monocultura do eucalipto e o caminho para o fomento florestal.

Durante o encontro o representante da Rede Alerta Contra o Deserto Verde, Vinnie Overbeck apresentou uma pesquisa na qual relaciona os impactos ambientais causados pelas grandes empresas de celulose em todo o mundo, em especial na América Latina. O principal deles, segundo Overbeck, é a disputa pela terra, na qual empresas internacionais vêem o Brasi l como o país mais lucrativo para se produzir celulose, já que o Eucalipto, espécie bastante utilizada nesta prática, cresce e se desenvolve com bastante facilidade no território brasileiro.

Com isso, áreas que poderiam ser utilizadas para fins de reforma agrária acabam indo parar nas mãos de multinacionais do papel. "Eles (empresários) utilizam as áreas onde antes eram plantadas outras culturas de pequena produção para fazerem o plantio do eucalipto. O interesse pelas terras brasileiras acaba gerando uma especulação em torno das áreas que são vendidas a preços exorbitantes", explica o ambientalista.

A organização internacional "Amigos dos Sem Terra" também participou do debate levantando a importância de se estimular o agro-extrativismo, como forma de aumentar a geração de renda dentro das comunidades rurais vitimadas pelas fábricas de celulose. O representante Mika Ronkko também relacionou outros impactos ambientais, já que além de utilizar intensivamente os recursos naturais, o processo produtivo da celulose demanda grande quantidade de água, esvaziando os reservatórios e gerando a altos volumes de efluentes.

Segundo Jackson Lago, o encontro foi o pontapé inicial para uma relação de parceria com a Fundação Siemenpuu e a troca de experiências que venham a contribuir para solucionar os problemas ambientais no Maranhão. A discussão foi recebida com bastante interesse pelo governador, já que está prevista a instalação no Estado, até 2013, da fábrica Suzano Papel e Celulose, maior empresa brasileira em faturamento do setor. "Esse contato vai possibilitar a troca de experiências através de relatos positivos em outros países na América Latina, ajudando a resolver possíveis impactos ambientais", observou Lago.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

AGROECOLOGIA: PROMEOVENDO UMA TRASIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE





Nesses tempos de tantos investimentos para os grandes da agricultura (Agronegócio), a agroecologia vem ganhando espaço tanto no campo das práticas como também no campo da teoria. Vejam esse belissimo artigo sobre o assunto no endereço abaixo:

http://www.revistaecosistemas.net/articulo.asp?Id=459

Agroecología: promoviendo una transición hacia la sostenibilidad

Autores: S.R. Gliessman1, F.J. Rosado-May2, C. Guadarrama-Zugasti3, J. Jedlicka, A. Cohn4, V.E. Mendez5, R. Cohen6, L. Trujillo7, C. Bacon, R. Jaffe8