segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO E SUSTENTAVEL NA REGIÃO DOS COCAIS – IV FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Por Jaime Conrado de Oliveira*

No período de 2 a 4 de agosto do corrente ano aconteceu na cidade de Codó a IV Feira Regional da Economia Solidária da Região dos Cocais, organizada pelo Fundo de Desenvolvimento e Fomento de Economia Solidaria de Codó e Região. Na ocasião foram expostos produtos da agricultura familiar, do extrativismo, culinária (comidas típicas) e do artesanato local. Participaram enquanto parceiros do evento a Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Prefeitura Municipal de Codó, Transbarro, Auto Posto Rio Novo e Ultramed.

O evento contou com a participação de grupos produtivos da região (agricultura familiar, assentamentos rurais, grupos de artesanatos e comidas típicas) que expuseram farinha de mandioca, tapioca, bolos, galinhas caipiras, brinquedos, livros e confecções, dentre outros produtos. A feira contou também com a participação de outros grupos produtivos filiados à Rede Mandioca, vindos de outros municípios maranhenses, como Barra do Corda e Vargem Grande, localizadas nas regiões Central e Itapecuru, respectivamente.

As noites foram animadas por grupos culturais populares de Codó, que apresentaram um rico trabalho de pesquisa cultural através da dança e da dramatização, materializados na quadrilha junina, na representação do cangaço nordestino e no bumba meu boi, além de outras manifestações populares do Maranhão.

A IV Feira de Economia Solidária não foi apenas um espaço de comercialização dos produtos: foi também um espaço de formação e capacitação de lideranças e agentes comunitários que participaram dos seminários sobre os conceitos e princípios da Economia Solidária, ocorridos durante a programação, como o aprofundamento do debate sobre economia de mercado e suas consequências para os pequenos grupos produtivos da região dos Cocais. Na condição de assessor de desenvolvimento solidário sustentável territorial da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, pude ajudar na reflexão de diversas temáticas em formação e capacitação junto ao público presente.

Conforme informações da equipe de coordenação da feira, estavam disponíveis aproximadamente R$ 14.600,00 em produtos da agricultura familiar, artesanato, extrativista e comidas típicas de todos os grupos que estavam expondo. Durante os três dias de comercialização foram negociados cerca de R$ 8.200,00, um aumento significativo em relação às edições anteriores da feira.

Durante o período de realização da feira foi observada uma grande movimentação de pessoas nas barracas buscando informações sobres os produtos: como são produzidos, se são utilizados fogo ou produtos químicos, etc. Circularam na feira cerca de 2.100 pessoas interessadas sobre os produtos da economia solidária e nesse novo jeito de fazer economia.

As iniciativas de criar espaços de comercialização dos produtos da Economia Solidária no Maranhão e no Brasil vêm tendo bastante aceitação da população, uma vez que se reconstroem os espaços populares de comercialização. Por outro lado, a relação entre quem produz e quem consome cria uma cumplicidade direta e verdadeira dentro do processo produtivo, fortalecendo mais ainda a prática do comércio justo e solidário, sem a intermediação de grupos ou pessoas indesejáveis – atravessadores – a essa nova forma de fazer economia.

Jaime Conrado de Oliveira é assessor de desenvolvimento solidário sustentável territorial da Cáritas Brasileira Regional Maranhão. Escreve no blogue http://www.mandiocadomara.blogspot.com

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A MANDIOCA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Por Oded Grajew*

11/08/2010 - Por séculos, a mandioca está associada à agricultura de subsistência nas regiões mais pobres do país. Este cenário começa a mudar, com a decisiva participação de empresas , fundações e bancos públicos.

O motivo para este interesse é negócio: a fécula da mandioca (amido ou polvilho) tem sido apontada como uma das alternativas para a substituição de insumos industrias escassos ou cuja obtenção vem sendo posta sob escrutínio, pelo impacto socioambiental que produzem. Há uma centena de aplicações para a fécula: remédios, indústria do papel, indústria de alimentos e até indústria petrolífera, para lubrificação de brocas.

A Bahia, por ser o segundo maior produtor nacional de mandioca (o primeiro é São Paulo) tem sido palco destas iniciativas inovadoras. Em 2009, a Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub) lançou a primeira fábrica de fécula de mandioca autogerida do país, em Vitória da Conquista. O empreendimento conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil, do BNDES e da prefeitura da cidade. A indústria terá capacidade para processar 100 toneladas de mandioca por dia.

Quando estiver em operação, vai beneficiar 2.200 agricultores familiares associados á Coopasub e que se espalham por 16 municípios da região de Vitória da Conquista. A produção não precisará mais ser vendida a atravessadores e o agricultor ainda ficará com a renda gerada pela comercialização da fécula, considerada o derivado mais nobre da mandioca. A fábrica vai garantir também a inclusão, de maneira constante, num vasto mercado que inclui desde pequenas fábricas de doces e biscoitos até grandes indústrias dos ramos têxtil, farmacêutico e petrolífero.

A instalação desta fábrica representa uma das etapas mais importantes do programa da Fundação Banco do Brasil denominado Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Agricultura Familiar na Cadeia Produtiva da Mandioca no Sudoeste da Bahia. O projeto já recebeu investimentos sociais de 11 milhões de reais.

Também buscando o desenvolvimento sustentável, o Grupo Odebrecht investiu numa fábrica de amido de mandioca, a Bahiamido, e também na região do baixo-sul, na cidade de Laje. A fábrica será inaugurada em outubro e absorverá a produção de pequenos agricultores organizados na Aliança Cooperativa do Amido. O BNDES e o Banco do Brasil participam do empreendimento que deve consumir recursos da ordem de 30 milhões de reais.

Nos primeiros dois anos, a Bahiamido processará 200 toneladas por dia de mandioca, mas a previsão é dobrar a produção em dois e, com isso, elevar a renda do produtor dos atuais 300 reais /mês para mais de mil reais por mês.

Os dois projetos mencionados ainda fornecem assistência técnica aos produtores, que são orientados a adotar práticas agrícolas ambientalmente corretas, com reflorestamento da Mata Atlântica.

Se render mais ao agricultor, a mandioca pode ser uma alternativa à pecuária, maior causa do desmatamento da região.

O mercado de amido no Brasil é calculado em 3,5 bilhões de reais. Para atender a demanda industrial atual, o país tem importado o amido derivado do milho. No que tange ao amido de mandioca, Tailândia e Indonésia possuem as maiores produções mundiais. Estes dois países já desenvolveram, inclusive, amidos modificados específicos para cada aplicação industrial.

Fonte: Carta Capital

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

TRANSFERENCIA DE RENDA REDUZEM A POBREZA NO BRASIL

Companheiros e Companheiras,

Vejam esse trabalho do Ipea informando sobre a distribuição de renda no Brasil

IPEA

terça-feira, 10 de agosto de 2010

MARANHÃO É 1º EM RANKING DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

http://www.ecosdanoticia.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8402:maranhao-e-1o-em-ranking-de-desmatamento-na-amazonia&catid=10:acre-brasil&Itemid=21

Dom, 22 de Novembro de 2009 03:53


Metade da Amazônia maranhense já foi derrubada. Acre é o 6º em ranking .
Estado perdeu quase 1% de suas matas em um ano.

O Maranhão é o estado amazônico que está destruindo sua floresta com maior velocidade. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 o estado perdeu quase 1% da mata que ainda resta no estado, revela uma análise do Globo Amazônia feita sobre os focos de desmatamento detectados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Apesar de ser um estado do Nordeste, o Maranhão já teve 59% de seu território coberto por floresta amazônica. Hoje, apenas metade dessa mata permanece em pé, principalmente dentro de reservas e terras indígenas nas proximidades da divisa com o Pará.

Amazônia Desmatamento

Imagens de satélite mostram a evolução do desmatamento em 20 anos no oeste do Maranhão, divisa com o Pará. (Fotos: Landsat-Inpe/Divulgação)

No último levantamento anual do desmatamento realizado pelo Inpe, o Maranhão foi o terceiro estado amazônico que mais desmatou. Foram 980 km² de matas derrubadas, que ficam atrás apenas da devastação do Pará e Mato Grosso.

Quando se leva em consideração o quanto cada local tem de floresta, contudo, descobre-se que o estado nordestino é o lugar onde a Amazônia é destruída com maior velocidade, já que 0,95% de duas matas foram derrubadas em 12 meses. O ritmo é maior que o dobro do registrado no Pará, que perdeu 0,42% da sua área de floresta no mesmo período.

Veja, abaixo, como foi o ritmo do desmatamento em cada unidade da federação:
Quanto de amazônia foi destruído em cada estado Estado Floresta em ago/2008 (km²) Desmatamento 2008/2009 (km²) % da área desmatada 2008/2009
Maranhão 101.779 980 0.95%
Tocantins 10.096 56 0.55%
Pará 879.521 3.687 0.42%
Rondônia 129.277 505 0.39%
Mato Grosso 319.342 1.047 0.33%
Acre 138.379 211 0.15%
Roraima 153.194 116 0.08%
Amazonas 1.465.791 406 0.03%
Amapá 108.781 - -

Fraudes

No último ano, o Maranhão foi palco de várias fraudes no sistema que controla as autorizações para corte de madeira. Em setembro, uma equipe de investigação descobriu que foram movimentados irregularmente 98 mil caminhões de madeira no estado. Os técnicos, liderados pelo Ibama, também descobriram indícios de fraudes em 57% das empresas que movimentam madeira por meio do sistema de controle eletrônico do estado – o Sisflora.

O problema fez com que a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) trocasse o programa, optando por usar o sistema DOF (Documento de Origem Fiscal), controlado pelo governo federal. Segundo o chefe da Sema, contudo, o novo controle também já sofreu fraudes. “Depois de dez dias que mudamos para o sistema federal, ele já foi violentado pelo crime organizado”, conta Washington Rio Branco. O secretário assumiu a pasta em abril, quando Roseana Sarney foi empossada governadora após a cassação de Jackson Lago.

Além das fraudes eletrônicas, o Ministério Público denunciou um esquema que envolve uma ex-secretária de Meio Ambiente e outros dois funcionários. Eles teriam destruído evidências de crimes ambientais.

Segundo os procuradores, funcionários invadiram o prédio da Sema, destruíram câmeras de segurança, arrombaram as portas e roubaram computadores. Uma vigilante que anotou a ação em um livro contou que recebeu R$ 1.000 para ficar quieta e sumir com o registro.

Freio na devastação

Ainda que seja o estado em que, proporcionalmente, a devastação ocorre com mais velocidade, o Maranhão tem registrado diminuição nos seus índices de desmatamento, assim como tem ocorrido com outras regiões. Segundo as estatísticas do Inpe, o estado conseguiu baixar de 1.312 km² de matas destruídas entre 2007 e 2008 para 980 km² no período seguinte – uma redução de 25%.