O modelo de desenvolvimento adotado pelos governos no Brasil para o setor rural brasileiro, por não dar respostas satisfatórias ao conjunto de fatores que envolvem a produção agropecuária e atividades ligada ao meio. vem passando ao longo dos anos por algumas transformações
Nas décadas de 60 e 70 os investimentos foram direcionados ao projeto que privilegiava o uso indiscriminado de produtos químicos como os agrotóxicos, os adubos, sementes melhoradas e etc. Como conseqüência desse modelo ampliou-se o desmatamento, aumentou-se a especulação das terras agricultáveis, reduziu-se a quantidade de variedades disponíveis, culminando com o endividamento dos agricultores/as familiares.
Diante desses desafios, as comunidades rurais vêm construindo alternativas na busca de superar os problemas provocados pelo modelo capitalista da “Revolução Verde”.
A Cáritas Brasileira Regional Maranhão aposta firmemente na Agroecologia por entender que essa ciência nasce com a proposta de reunir todos estes esforços na procura da sustentabilidade, não somente da agricultura familiar, mas da vida humana neste planeta.
Esse novo jeito propõe uma agricultura socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável. Trabalha um modelo de relacionamento com a natureza que estabelece uma ética baseada nos princípios da criação, tendo a justiça e a solidariedade como valores fundamentais. Assim, a Agroecologia é relacionada diretamente ao conceito de sustentabilidade e justiça social.
Na visão agroecológica a terra é considerada um sistema vivo e complexo, e respeita a diversidade dos povos, das plantas, animais, microorganismos e minerais em suas infinitas formas de relações.
A agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, ecológica, natural, orgânica, sistemas agroflorestais, permacultura e outros.
É nesse contexto de renovação que surge a Rede Mandioca com propósito de apoiar os grupos formais e informais das comunidades rurais onde a Cáritas trabalha, direcionada para a organização da produção a partir dos princípios agroecologicos e da economia solidária, no beneficiamento e na comercialização de todos os produtos oriundos da agricultura familiar.
Tendo a cultura da mandioca como prioridade dentro da REDE devido a sua importância cultural e alimentar bem como na economia do estado, o apoio da Cáritas Brasileira perpassa por outras atividades econômicas desenvolvidas pelos agricultores/as familiares nas comunidades.
No intuito de agregar valor aos produtos da agricultura familiar trabalhamos na perspectiva de inserir e/ou melhorar estruturas e equipamentos adequados a realidade das comunidades respeitando sua cultura e os costumes existentes que foram construídos ao longo da história.
Dentro do processo produtivo a comercialização dos produtos é um setor muito importante, pois da comercialização dos produtos advêm o dinheiro para garantir a manutenção da família. Neste sentido a Cáritas Brasileira trabalha junto aos grupos na construção de alternativas que coloque agricultores/as frente a frente com consumidores descartando definitivamente a figura indesejável do atravessador dentro do processo produtivo, especialmente nos espaços de comercialização.
Para tanto é importante investir na capacitação dos agricultores/as para que consigam trabalhar a formação de preços para os seus produtos, relação com os consumidores, apresentação dos produtos entre outras coisas, além de informações sobre as questões legais e sanitárias.
Para efetivar a comercialização dos produtos é necessário a construção de espaços locais e regionais de comercialização (Feiras livres, cooperativas) oferecendo produtos de qualidade para população urbana, possibilitando maior integração de quem produz com quem consome, construindo uma relação de confiança e de ética de forma responsável e consciente visando um desenvolvimento sustentável e mais humanitário.
Pensando em um desenvolvimento mais equilibrado entre aos aspectos econômicos, social, cultural e ambiental é que a Cáritas Brasileira visualiza um cenário futuro, onde agricultores/as famíliares, produzindo a partir dos princípios da agroecologia e da economia solidária, consigam estabelecer parcerias estratégicas de comercialização com os grupos urbanos, fortalecendo as redes de produção, comercialização e consumo ético e solidário.
Agindo dessa forma, a Cáritas Brasileira acredita estar contribuindo para um desenvolvimento realmente sustentável garantindo um ambiente saudável para as gerações futuras produzirem e reproduzirem, bem como colocar a disposição dos governantes as boas experiências para serem aproveitadas e replicadas em escala regional/territorial beneficiando um maior numero de agricultores/as do Estado do Maranhão.
Jaime Conrado de Oliveira
Assessor de Desenvolvimento Solidário e Sustentável
Cáritas Brasileira Regional Maranhão
segunda-feira, 6 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
SAIBA COMO DOBRAR A PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA SEM USO DE FERTILIZANTES QUÍMICOS
08/06/2009
Duplicar a produtividade de raízes de mandioca sempre foi possível com a utilização de fertilizantes químicos. Contudo a maioria dos agricultores familiares não dispõe de recursos financeiros para aquisição desses insumos. Um método inovador difundido entre os mandiocultores do Baixo Tocantins no Pará pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental Raimundo Nonato Brabo Alves e Moisés de Souza Modesto Júnior, vem duplicando a produtividade de mandioca, sem o uso de fertilizantes químicos.
É o TRIO DA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DA MANDIOCA, um processo simples que valoriza o potencial genético da cultura pela utilização no plantio de manivas-semente, o arranjo espacial de 1 m x 1m entre plantas e a concentração das capinas nos primeiros 150 dias da cultura. A Figura 1 mostra esquematicamente como o processo funciona.
Agricultores familiares que adotaram o método no Baixo Tocantins colheram em média 27 toneladas de raiz por hectare, elevando em 68% a produtividade em relação à média do Estado do Pará que é de 16 toneladas por hectare.
Para conhecer detalhes simplificados sobre o método, veja a cartilha acessando o link:
http://www.cpatu.embrapa.br/publicacoes_online/documentos-1/2007/a-o-trio-da-produtividade-na-cultura-da-mandioca
Belém, 07 de junho de 2009
Informações enviadas ao Mandioca Brasileira por:
Raimundo Nonato Brabo Alves - Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (brabo@cpatu.embrapa.br)
Moisés de Souza Modesto Júnior – Analista da Embrapa Amazônia Oriental (moises@cpatu.embrapa.br)
Duplicar a produtividade de raízes de mandioca sempre foi possível com a utilização de fertilizantes químicos. Contudo a maioria dos agricultores familiares não dispõe de recursos financeiros para aquisição desses insumos. Um método inovador difundido entre os mandiocultores do Baixo Tocantins no Pará pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental Raimundo Nonato Brabo Alves e Moisés de Souza Modesto Júnior, vem duplicando a produtividade de mandioca, sem o uso de fertilizantes químicos.
É o TRIO DA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DA MANDIOCA, um processo simples que valoriza o potencial genético da cultura pela utilização no plantio de manivas-semente, o arranjo espacial de 1 m x 1m entre plantas e a concentração das capinas nos primeiros 150 dias da cultura. A Figura 1 mostra esquematicamente como o processo funciona.
Agricultores familiares que adotaram o método no Baixo Tocantins colheram em média 27 toneladas de raiz por hectare, elevando em 68% a produtividade em relação à média do Estado do Pará que é de 16 toneladas por hectare.
Para conhecer detalhes simplificados sobre o método, veja a cartilha acessando o link:
http://www.cpatu.embrapa.br/publicacoes_online/documentos-1/2007/a-o-trio-da-produtividade-na-cultura-da-mandioca
Belém, 07 de junho de 2009
Informações enviadas ao Mandioca Brasileira por:
Raimundo Nonato Brabo Alves - Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (brabo@cpatu.embrapa.br)
Moisés de Souza Modesto Júnior – Analista da Embrapa Amazônia Oriental (moises@cpatu.embrapa.br)
RELATÓRIO MOSTRA QUE INVESTIR NA AGRICULTURA É CHAVE PARA REDUZIR POBREZA
Por Luana Lourenço, da Agência Brasil
Investir na agricultura – principalmente na produção familiar – é a chave para a redução da pobreza e pode ajudar a solucionar as crises de alimentos, financeira e climática. A conclusão é do relatório Investir na Pequena Agricultura é Rentável, divulgado nesta terça (30/06) pela organização não governamental (ONG) britânica Oxfam. O documento traça um histórico dos investimentos na agricultura e indica a necessidade de mais aporte financeiro e apoio tecnológico para os pequenos produtores, em especial nas áreas com maiores dificuldades de acesso e de produtividade.
De acordo com o texto, 75% das pessoas pobres que sobrevivem com um dólar por dia trabalham e vivem em zonas rurais e a estimativa é de que em 2025 esse percentual ainda seja de mais de 65%. “Não é possível reduzir a pobreza, nem estimular globalmente a agricultura e os meios de vida rural sem renovar o compromisso público de investir mais e de forma mais inteligente – com pesquisa e desenvolvimento agrícola, assim como em setores de apoio: saúde, educação, infraestrutura e meio ambiente”, sugere o relatório.
Entre o fim da década de 80 e o início dos anos 90 a ajuda internacional para o desenvolvimento da agricultura caiu 75% e desde então o montante de recursos repassados tem se mantido baixo se comparado a períodos anteriores. Em 2007, por exemplo, a União Européia doou US$ 1,4 bilhão, mas investiu “assombrosos US$130 bilhões” em seus setores agrícolas internos, segundo a Oxfam.
Em 2008, de acordo com a ONG, apenas US$1 bilhão dos US$ 12 bilhões prometidos pelas nações ricas chegaram de fato aos países pobres para lidar com a crise alimentar global. Outra crise, a financeira, pode agravar ainda mais a situação, diante da redução das reservas dos países e dos grandes aportes realizados para salvar instituições e a oferta de crédito. “A comunidade de [países] doadores está esgotando seus fundos, enquanto os governos nacionais veem seus depósitos minguarem”.
As soluções, segundo a Oxfam, devem ser compartilhadas entre governos, empresas e o terceiro setor e além de garantias de mais investimentos, passam por medidas como o desenvolvimento de mercados locais de sementes e o fortalecimento de organizações de pequenos produtores.
A ONG defende ações prioritárias para os agricultores que vivem nas chamadas áreas marginalizadas – ambientes remotos, com terras frágeis e degradadas e sem acesso a serviços básicos como água, saúde e educação.
“Os agricultores de zonas marginais são os que mais cuidam das terras mais degradadas, conservam a biodiversidade agrícola e manejam alguns dos solos mais frágeis do mundo. São aliados cruciais na luta contra as mudanças climáticas”.
O relatório também mostra a necessidade de apoio a tecnologias de baixo custo, o fortalecimento dos direitos trabalhistas, com legislações que garantam mais proteção aos trabalhadores da agricultura, além de investimentos direcionados para as mulheres.
O documento da Oxfam foi apresentado um dia antes da Assembleia da União Africana, que começa amanhã (1º) na Líbia e terá como tema principal o investimento em agricultura para garantir segurança alimentar e crescimento econômico.
Investir na agricultura – principalmente na produção familiar – é a chave para a redução da pobreza e pode ajudar a solucionar as crises de alimentos, financeira e climática. A conclusão é do relatório Investir na Pequena Agricultura é Rentável, divulgado nesta terça (30/06) pela organização não governamental (ONG) britânica Oxfam. O documento traça um histórico dos investimentos na agricultura e indica a necessidade de mais aporte financeiro e apoio tecnológico para os pequenos produtores, em especial nas áreas com maiores dificuldades de acesso e de produtividade.
De acordo com o texto, 75% das pessoas pobres que sobrevivem com um dólar por dia trabalham e vivem em zonas rurais e a estimativa é de que em 2025 esse percentual ainda seja de mais de 65%. “Não é possível reduzir a pobreza, nem estimular globalmente a agricultura e os meios de vida rural sem renovar o compromisso público de investir mais e de forma mais inteligente – com pesquisa e desenvolvimento agrícola, assim como em setores de apoio: saúde, educação, infraestrutura e meio ambiente”, sugere o relatório.
Entre o fim da década de 80 e o início dos anos 90 a ajuda internacional para o desenvolvimento da agricultura caiu 75% e desde então o montante de recursos repassados tem se mantido baixo se comparado a períodos anteriores. Em 2007, por exemplo, a União Européia doou US$ 1,4 bilhão, mas investiu “assombrosos US$130 bilhões” em seus setores agrícolas internos, segundo a Oxfam.
Em 2008, de acordo com a ONG, apenas US$1 bilhão dos US$ 12 bilhões prometidos pelas nações ricas chegaram de fato aos países pobres para lidar com a crise alimentar global. Outra crise, a financeira, pode agravar ainda mais a situação, diante da redução das reservas dos países e dos grandes aportes realizados para salvar instituições e a oferta de crédito. “A comunidade de [países] doadores está esgotando seus fundos, enquanto os governos nacionais veem seus depósitos minguarem”.
As soluções, segundo a Oxfam, devem ser compartilhadas entre governos, empresas e o terceiro setor e além de garantias de mais investimentos, passam por medidas como o desenvolvimento de mercados locais de sementes e o fortalecimento de organizações de pequenos produtores.
A ONG defende ações prioritárias para os agricultores que vivem nas chamadas áreas marginalizadas – ambientes remotos, com terras frágeis e degradadas e sem acesso a serviços básicos como água, saúde e educação.
“Os agricultores de zonas marginais são os que mais cuidam das terras mais degradadas, conservam a biodiversidade agrícola e manejam alguns dos solos mais frágeis do mundo. São aliados cruciais na luta contra as mudanças climáticas”.
O relatório também mostra a necessidade de apoio a tecnologias de baixo custo, o fortalecimento dos direitos trabalhistas, com legislações que garantam mais proteção aos trabalhadores da agricultura, além de investimentos direcionados para as mulheres.
O documento da Oxfam foi apresentado um dia antes da Assembleia da União Africana, que começa amanhã (1º) na Líbia e terá como tema principal o investimento em agricultura para garantir segurança alimentar e crescimento econômico.
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