sexta-feira, 17 de setembro de 2010

FEIRAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA SE CONSTITUEM COMO ESPAÇO DE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA NO INTERIOR DO MA

Feiras de economia solidária se constituem como espaço de comercialização solidária no interior do Maranhão – l Feira de economia solidária e agricultura familiar de São Mateus.

Novas iniciativas de economia solidária vêm sendo implantadas em todo o Estado do Maranhão a partir da organização de diversos grupos e comunidades rurais e urbana no intuito de criação de alternativas de trabalho, e renda com base nos princípios e diretrizes da economia solidária e do comercio justo e solidário.
Essas iniciativas contam com o apoio direto das organizações da sociedade civil que fazem parte do Fórum Estadual de Economia Solidária (entidades de apoio e fomento) que trabalham na orientação dos grupos e comunidades construindo formas de apropriação de conhecimentos que vão desde a parte organizacional da produção, passando pelo beneficiamento, comercialização, chegando até o consumidor final, fechando assim todo o processo produtivo/cadeia produtiva.
Seguindo o exemplo do município de Codó, localizado na Região dos Cocais Maranhense, o município de São Mateus, na Região do Médio Mearim, realizou a primeira Feira Municipal com produtos da economia solidária e da agricultura familiar, contando com a parceria da Paróquia local, Cáritas Diocesana de Coroatá. Cáritas Brasileira Regional Maranhão, ACESA, entre outras.
Participaram da l Feira Municipal agricultores e agricultoras das comunidades localizadas na Gleba Gitirana (projeto de assentamento rural), grupos urbanos do projeto Reciclando Vidas, que trabalha com Catadores e Catadoras de materiais recicláveis, grupos de mulheres da periferia, que trabalham com hortas comunitárias e grupos que trabalham com artesanato (de palha, tecido, madeira, etc).
Durante a Feira foram expostos uma grande diversidade de produtos da agricultura familiar, extrativismo e artesanato. Os produtos expostos são livres de agrotóxicos, do trabalho análogo a escravo, do trabalho infantil, de organismo geneticamente modificado (transgênico), garantindo um produto limpo do ponto vista social, ambiental, cultural, político e econômico.
Diante do resultado desta primeira feira a coordenação, juntamente com os expositores, decidiram continuar com a experiência, ampliando-a para outros grupos e comunidades, aumentando assim a quantidade de produtos de boa qualidade a serem oferecidos para a população, fixando a periodicidade da referida feira para uma vez por mês, estabelecendo assim uma relação mais direta com o consumidor eliminando em definitivo a figura indesejável do atravessador.
A realização de feiras locais como estratégia de comercialização solidária vêm tendo bastante aceitação da população, uma vez que se reconstroem os espaços populares de comercialização. Por outro lado, a relação entre quem produz e quem consome cria uma cumplicidade direta e verdadeira dentro do processo produtivo, fortalecendo mais ainda a prática do comércio justo e solidário, sem a intermediação de grupos ou pessoas indesejáveis – atravessadores – a essa nova forma de fazer economia.

Jaime Conrado de Oliveira é assessor de desenvolvimento solidário sustentável territorial da Cáritas Brasileira Regional Maranhão. Escreve no blogue http://www.mandiocadomara.blogspot.com

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