Por: Aldir Dantas
30 de julho
Há muito a região do Baixo Parnaíba transformou-se em cenário de conflitos de todas as ordens e com diferentes feições. No centro desses conflitos está a luta pela terra. Luta que abrange não só espaço físico (terra-solo) mas a multiplicidade de relações sociais, culturais, políticos e porque não dizer afetivas, terra de herança, terra de quilombo, contrastando com o significado do mercado, do capital, onde a terra, não raras vezes, usurpada de seus verdadeiros donos, significa terra grilada, terra de negócio, de agronegócio.
Para as comunidades a terra significa não apenas a terra-solo, mas a terra-mãe, terra como direito a um modo de vida, a uma relação de solidariedade e irmandade com a natureza e os recursos naturais: as águas (riacho, lagoas, lagos, rios) as árvores – pequi, bacuri, babaçu, buriti, etc), os animais.
Hoje, mais do que em qualquer época, são coagidos a se desenraizar, como as árvores(arrancadas pelos correntões), para ceder lugar à soja, ao eucalipto, à cana e tudo o que significa lucro ao invés de vida. Essa tensão, nas palavras dos agricultores, essa humilhação, tem sido a principal razão do medo, de não poder permanecer em seu lugar.
Apesar disso, muitos tem desafiado a lei do mais forte, são comunidades inteiras que não se intimidam, que não se cansam, que persistem apesar de todos os obstáculos e, incansáveis lutam para conquistar seus direitos (a terra, a água, aos recursos naturais do cerrado, a seu modo de viver e conviver). É nessa perspectiva que se vislumbra a esperança de se alcançar um patamar digno de vida.
Com: Editorial do Jornal do Programa Territórios Livres – Baixo Parnaíba
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