quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

TODOS OS DIAS O POVO COME VENENO. QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?


Joao Pedro Stedile (*)
O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.
Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell química, etc
O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente esse ano foram treinados 716 novos pilotos. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.
Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos paises de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no “neutral poder judiciário” brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas conseqüências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou na verdade as empresas desovarem seus estoques.
Os fazendeiros do agronegóio usam e abusam dos venenos, como única forma que tem de manter sua matriz na base do monocultivo e sem usar mão-de-obra. Um dos venenos mais usados é o secante, que é aplicado no final da safra para matar as próprias plantas e assim eles podem colher com as maquinas num mesmo período. Pois bem esse veneno secante vai para atmosfera e depois retorna com a chuva, democraticamente atingindo toda população inclusive das cidades vizinhas.
O DR.Vanderley Pignati da Universidade Federal do Mato Grosso tem várias pesquisas comprovando o aumento de aborto, e outras conseqüências na população que vive no ambiente dominado pelos venenos da soja.
Diversos pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer e da Universidade federal do Ceara já comprovaram o aumento do câncer, na população brasileira, conseqüência do aumento do uso de agrotóxicos.
A ANVISA – responsável pela vigilância sanitária de nosso país, detectou e destruiu mais de 500 mil litros de venenos adulterados,somente esse ano, produzido por grandes empresas transnacionais. . Ou seja, alem de aumentar o uso do veneno, eles falsificavam a formula autorizada, para deixar o veneno mais potente, e assim o agricultor se iludir ainda mais.
O Dr. Nascimento Sakano, consultor de saúde, da insuspeita revista CARAS escreveu em sua coluna, de que ocorrem anualmente ao redor de 20 mil casos de câncer de estomago no Brasil, a maioria conseqüente dos alimentos contaminados, e destes 12 mil vão a óbito.

Tudo isso vem acontecendo todos os dias. E ninguém diz nada. Talvez pelo conluio que existe das grandes empresas com o monopólio dos meios de comunicação. Ao contrário, a propaganda sistemática das empresas fabricantes que tem lucros astronômicos é de que, é impossível produzir sem venenos. Uma grande mentira. A humanidade se reproduziu ao longo de 10 milhões de anos, sem usar venenos.

Estamos usando veneno, apenas depois da segunda guerra mundial, para cá, como uma adequação das fabricas de bombas químicas agora, para matar os vegetais e animais. Assim, o poder da Monsanto começou fabricando o Napalm e o agente laranja, usado largamente no Vietname. E agora suas fabricas produzem o glifosato. Que mata ervas, pequenos animais, contamina as águas e vai parar no seu estomago.

Esperamos que na próxima legislatura, com parlamentares mais progressistas e com novo governo, nos estados e a nível federal, consigamos pressão social suficiente, para proibir certos venenos, proibir o uso de aviação agrícola, proibir qualquer propaganda de veneno e responsabilizar as empresas por todas as conseqüências no meio ambiente e na saúde da população.
(*)João pedro stedile, membro da via campesina Brasil.

IPEA LANÇA LIVRO SOBRE AGRICULTURA BRASILEIRA

O Ipea lança um livro sobre a Agricultura Brasileira com dados muitos interessantes.
Vejam no link abaixo:

http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/2010/Livro_agriculturabrasileira.pdf


http://www.ipea.gov.br/082/08201004.jsp?ttCD_CHAVE=3273

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ANOMALIA EM LAVOURAS DE SOJA NO CERRADO PREOCUPA ESPECIALISTAS

Pessoal, veja o que está acontecendo com os plantios de soja no cerrado.


Especialistas acompanham com cautela a ocorrência de uma anomalia chamada Soja Louca II, que vem provocando perdas em algumas lavouras brasileiras nas áreas mais quentes de cerrado.

“Ainda não sabemos a causa desta doença ou distúrbio observado nas plantas de soja. Montamos o grupo de trabalho e estamos analisando amostras desta safra”, disse Maurício Meyer, pesquisador da Embrapa que coordena o trabalho do grupo.

A anomalia impede a maturação das plantas e provoca o abortamento das flores e vagens. O problema é detectado, em média, de 50 a 55 dias após o período do plantio. E mesmo quando consegue atingir o estágio final, a planta produz um grão de menor qualidade, esverdeado ou apodrecido.

O grupo de trabalho criado para pesquisar a doença reúne pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representantes da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e as fundações de pesquisa estaduais. Através desta parceria, os pesquisadores estão montando unidades experimentais de observação para avaliar a anomalia nas propriedades.

Os pesquisadores estão analisando três amostras de lavouras de Mato Grosso, uma de Tocantins e uma do Maranhão. Segundo Meyer, esta avaliação servirá de base para verificar o efeito do manejo de lavouras e se existe alguma relação com a palhada, cobertura do solo nos sistemas de plantio direto.

O grupo também pretende conduzir um estudo genético para detectar se ocorrem alterações nos genes, mas trata-se de um processo mais caro e que dependeria de mais recursos.

Meyer conta que observou o problema pela primeira vez durante viagem ao Maranhão no ciclo 1996/97. “Mas era um problema esporádico e localizado sem perdas significativas”, disse.

“O problema aumentou e começou a provocar mais perdas nas áreas mais quentes do cerrado, no Maranhão, Tocantins, Pará e norte de Mato Grosso a partir de 2005/06″, afirma Meyer. Mas ele conta que existem relatos sobre a anomalia, mas com menos perdas, no norte de Mato Grosso do Sul e do Paraná e parte de Goiás.

A análise das amostras destes três Estados deve sair em 20 dias, mas resultados mais conclusivos sobre a extensão das áreas afetadas e o impacto da doença só devem sair na fase final da safra entre março e abril, calcula o professor.

O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, ressalta que a anomalia ataca em “manchas”, ou seja parte dos talhões, cujo tamanho varia em cada propriedade. Nos casos registrados nos últimos quatro anos, a Soja Louca II chegou a provocar perda de 20 a 50 por cento na produtividade.

Questionado se o problema estaria ligado ao uso excessivo de defensivos, como o glifosato, o gerente técnico afirmou que esta possibilidade está sendo avaliada. Mas observa que a anomalia também foi detectada em plantas muito novas, antes mesmo das aplicações de defensivos.

“Não se descarta nada. Tudo está sendo pesquisado, como também os estudos sobre pragas sugadoras ou tipo da palhada”, afirma Ribas.

A Aprosoja sugere que os produtores façam o monitoramento das lavouras, como já vem sendo feito para a ferrugem da soja. Se qualquer anomalia ou diferença na formação da planta for detectada a recomendação é comunicar a Aprosoja, para que o grupo de trabalho possa retirar amostras para fazer as análises.

A produtora rural Roseli Giachini, que cultiva 5,5 mil hectares com soja em Cláudia, município no norte de Mato Grosso, disse que detectou as primeiras ocorrências da Soja Louca II primeira vez em 2005, mas foi na última temporada que ela viu as maiores perdas.

Segundo ela, em 2009/10, em dois talhões de 140 hectares e 130 hectares as perdas superaram 30 por cento tanto em áreas de transgênicos como de sementes convencionais. “Minha média (de produtividade) foi de 59 sacas, mas nestes talhões ficou em 40 sacas em um e 46 sacas no outro”, disse Roseli referindo-se ao volume produzido por hectare.

Como já conhece os pontos onde ocorre a anomalia, a produtora monitora as lavouras, retira as amostras e envia para a Embrapa.

Nesta temporada, ela já encontrou as chamadas “manchas” nas lavouras em algumas pontos. Segundo ela, em um dos talhões de cerca de 100 hectares a ocorrência supera 10 hectares. “Estamos retirando agora as amostras, mas pela minha experiência em campo, e também como agrônoma, já posso afirmar que é Soja Louca II”, afirma.

Para Roseli, a anomalia pode ser até mais grave que a ferrugem porque anda não se conhecem as formas de controle. “O desafio da ciência é descobrir o agente causal para sabermos como controlar a Soja Louca II”, acrescenta.

Fonte: Portal do Agronegócio Goiano

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CONDRAF: CASSEL DESTACA IMPORTâNCIA DE POLÍTICAS NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL





08/12/2010 15:19

Um esforço para consolidar os acúmulos e as conquistas das políticas públicas para a agricultura familiar e assentamentos da reforma agrária desenvolvidas nos últimos oitos anos. Assim o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, definiu a minuta de Projeto de Lei da Política de Desenvolvimento do Brasil Rural (PDBR), apresentada nesta quarta-feira (8), em Brasília (DF), durante a 44ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). O encontro é parte da programação da Semana da Agricultura Familiar, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O texto define e estabelece princípios, diretrizes e objetivos da Política de Desenvolvimento do Brasil Rural, pela qual o poder público, com a participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará o Plano Nacional de Desenvolvimento do Brasil Rural (PNDBR). Além de propor o Projeto de Lei para o Congresso Nacional, o Condraf vai debater iniciativas similares em estados e municípios, para estimular e garantir as políticas públicas e iniciativas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável.

Cassel, que é presidente do Condraf, destacou que a proposta “busca olhar para o futuro e garantir que o Estado tenha instrumentos legais adequados para avançar ainda mais no desenvolvimento sustentável, com maior equilíbrio entre o rural e o urbano e que valorize a agricultura familiar, o acesso a terra, a segurança alimentar e o desenvolvimento ambientalmente sustentável”.

O ministro lembrou que, hoje, o meio rural brasileiro conta com um conjunto de políticas públicas que não existiam anteriormente. “Foram oito anos em que coisas que pareciam fora do cenário da reforma agrária e da agricultura familiar se tornaram parte do cotidiano dos assentados e produtores”, afirmou Cassel, destacando a criação de novas linhas de crédito, seguro agrícola, o novo sistema de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), garantia de preços e comercialização e os programas Territórios da Cidadania e Mais Alimentos. “O estado brasileiro estimulou e trabalhou muito para este setor econômico, e conseguimos mostrar para a sociedade como ele é tão importante.”

Cassel destacou a importância do Condraf na formulação destas políticas . Criado em 1999, o Conselho, vinculado ao MDA, é composto por 38 conselheiros(as), dos quais 19 representam órgãos do governo e 19, organizações ou entidades da sociedade civil com atuação no desenvolvimento rural sustentável, na agricultura familiar e na reforma agrária.

Como parte das atividades da Semana de Agricultura Familiar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável(Condraf) que completou dez anos de existência em 2010, comemora essa primeira década de trabalho para o desenvolvimento do Brasil rural na sexta-feira(10), de 8h às 13h, no Hotel Lakeside, com o Seminário Brasil Rural que Queremos: 10 anos do CONDRAF. A atividade contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, do Secretario de Desenvolvimento Territorial e do Condraf, Humberto Oliveira, do professor Paul Singer, representando o Conselho Nacional de Economia Solidária(CNES), e de Renato Maluf, representando o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional(Consea), no painel de abertura que debaterá as políticas públicas de desenvolvimento rural nas quais o Condraf se envolveu nessa década.ondraf: