quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

NOVO INFORMANDIOCA

Camaradas,

Estamos disponibilizando mais um número do nosso boletim INFORMANDIOCA para o leitores deste blog.

http://www.4shared.com/file/75190447/324aed64/boletim-informandioca-04.html

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

MANDIOCA: POUPANÇA ENTERRADA, LITERALMENTE

.José Lemos*

Tentei demonstrar no meu livro "Mapa da Exclusão Social doBrasil: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre" que vivemos numPaís de grandes contrastes. As regiões Norte e Nordeste são maiscarentes do que as demais regiões do Brasil. No livro aferimosexclusão social através de indicadores de privações de serviçosessenciais e de renda. Talvez esta seja uma forma mais adequada demedir, com rigor, os níveis de pobreza, haja vista que, o instrumentonormalmente utilizado, a "linha de pobreza" experimenta oscilações aosabor das variações das moedas conversíveis. Aquela seria uma linhaimaginária que, no terceiro mundo, passaria ao nível de US$ 1,00diário por pessoa. Acima deste valor caracterizaria a não pobreza. Coma crise mundial atual, o dólar americano flutuou de R$ 1,50 no começodeste ano, para R$ 2,50 nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2008.Assim, no Brasil, quem tinha renda diária de R$ 2,00 em março não erapobre, segundo este conceito. Em dezembro, passou a ser. Como a rendapessoal não flutua como o faz a taxa de cambio, a "linha" é sinuosa, enão uma reta como querem os defensores dessa forma de medir queescamoteia as reais causas da pobreza. Os partidários desseraciocínio sugerem que o mero crescimento do PIB resolveria oproblema, o que não é verdade, sobretudo num País de apropriação tãodesigual da renda como é o Brasil.

Talvez um caminho menos árduo para incorporar a renda comoum dos elementos para aferir pobreza é aferi-la em termos de saláriosmínimos, mesmo sabendo-se que o valor atual não corresponde ao quepreceituam os fundamentos da sua criação. Por este caminho, veremosque dos 5.563 municípios contabilizados pelo IBGE em 2005, em 1.861deles (33,5%), o PIB per capita mensal era inferior a um saláriomínimo (R$ 300,00 por mês em 2005). Nesses municípios viviam 33milhões de brasileiros que representavam 18% da população total. Arenda média nesses municípios era de apenas 71% do salário mínimonacional. A sua distribuição corrobora com o tamanho das desigualdadesbrasileiras em apropriação da renda. De fato, 1.459 dos 1.668municípios do Nordeste (87%) e 173 dos 449 municípios do Norte (39%)fazem parte desse grupo.

Quando incluímos na análise o Índice de DesenvolvimentoHumano e o Índice de Exclusão Social desses municípios, observamos quesão todos equivalentes ao que há de pior em paises africanos comoZambia, Rwanda, Mali, Nigéria, Burundi, dentre outros. O grandediferencial, da maioria dos nossos municípios pobres, e que serve decolchão amortecedor do fantasma da fome, é que, por aqui se cultiva amandioca em todos eles, ao passo que por lá não há essa possibilidade.Todos eles têm ainda grande proporção da população rural na suacomposição. E essa população cultiva sempre algum pedaço de terra comessa cultura que funciona como "poupança enterrada" e redentora.

A mandioca é de uma importância social imensurável para oBrasil rural pobre. Os agricultores a cultivam, e durante todo o anotem alguma produção. Quando há crise de falta de comida nas áreasrurais, o que é freqüente, sobretudo onde existe pouco ou inexisteflorestas naturais com fruteiras, os agricultores vão à sua pequenaroça, colhem alguns quilos de mandioca e a transformam em farinha ougoma. Quando conseguem uma produção maior do que as necessidadesalimentares da família, vendem o excedente produzido. Sempre há quemcompre. Transformam as raízes em dinheiro que serve para comprar osmantimentos que não são produzidos na roça. Quase sempre a mandioca seconstitui na principal, se não na única, fonte de renda monetária dasfamílias rurais que não tem pensionista, aposentado, ou alguémrecebendo transferências do governo Federal.

Não obstante esta importância observa-se um descaso dopoder público para com essa atividade e, de resto, com os agricultoresem geral. No Nordeste a produtividade da terra é baixa, algo em tornode 11 toneladas por hectare. No Sul e no Sudeste extrai-se 25 a 30toneladas por hectare de raízes de mandioca. Por outro ladodifundiu-se nos brasileiros o hábito de consumir produtos derivados dotrigo, que o Brasil importa, em grande parte. Em épocas de crisecambial esta matéria prima fica cara. Se houvesse o incentivo desubstituição do trigo por fécula de mandioca haveria ganhos econômicose sociais imensuráveis, além das externalidades positivas ao ambiente,haja vista que a mandioca é grandemente cultivada por agricultoresfamiliares que, para minimizar riscos, têm como tática desobrevivência a diversificação no cultivo das suas áreas, formando comoutras lavouras consorciadas a proteção do solo contra os efeitosnefastos da erosão.

Seria interessante retomar o projeto do Deputado Aldo Rebelo queestabelece a adição de um percentual de fécula de mandioca na farinhade trigo, o que é tecnicamente viável. Como não parece ser dointeresse dos grandes produtores de trigo do Sul e Sudeste o projetoficou esquecido em alguma gaveta. Seria o caso de resgatá-lo para odebate.

*José Lemos escreve aos sábados neste espaço. Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. lemos@ufc.br.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Estudo avalia cultura da mandioca em Rondônia

Um estudo coordenado pela Embrapa Rondônia diagnosticou a mandiocultura no estado. Além de destacar as carências da cadeia produtiva, o estudo apresenta também soluções, como cursos de capacitação e manejo. De acordo com a Embrapa, a produção de mandioca, feita em sua maioria por pequenos produtores em Rondônia, cresceu 165% nos últimos dez anos. Acompanhe mais informações na seção “Em Foco”.

Em Brasília, outra pesquisa da Embrapa será destacada durante a Expowec 2008 – Exposição Tecnológica Mundial, que acontece até o dia 6 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília: são as variedades de mandioca naturalmente açucaradas e coletadas pelo pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho e sua equipe na Amazônia, na década de 90. Uma das características identificadas é o alto teor de glicose, que pode ser altamente positivo para a produção de etanol, já que dispensa a necessidade de hidrólise utilizada no processo convencional.

O milho, concorrente da mandioca na produção de amido, teve um acréscimo de 94,2% nos embarques para o exterior, em novembro na comparação com outubro. O crescimento reflete a valorização do dólar sobre o real e a queda nos preços do milho, que tornaram o cereal brasileiro mais competitivo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou no mês passado 775 mil toneladas, ante 398,9 mil toneladas em outubro. Apesar da reação das vendas externas de milho, os números de novembro ainda estão abaixo do que foi registrado em novembro de 2007, quando o País exportou 1,274 milhão de toneladas do grão. Leia mais em “Notícias”

A todos uma boa leitura!

Equipe Natural
equipe@natural.agr.br

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

RESULTADO DO EDITAL DO FUNDO DE SOLIDARIEDADE – EDIÇÃO 2008

A Comissão Gestora do Fundo de Solidariedade, formada pela Cáritas Brasileira Regional Maranhão (Terezinha Moura e Jaime Conrado), Solar Consultoria (Ana Paula) e CRS-Brasil (Rogenir Almeida), reuniu-se no dia 17 de novembro de 2008 com o objetivo de analisar e aprovar os projetos demandados pelas organizações da REDE MANDIOCA localizadas em todo o estado do Maranhão. Veja o resultado aqui.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

USO DIRETO DA MANIPUEIRA EM FERTIRRIGAÇÃO

Esse documento traz uma contribuição importante sobre o uso da manipueira na agricultura.

Veja no link abaixo:

http://www.4shared.com/file/71444208/1164af05/Manipueira.html

Boa leitura.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

EVENTOS NO MARANHÃO E ALAGOAS DISCUTEM A CULTURA DA MANDIOCA

"A cultura da mandioca foi destaque em eventos em dois estados brasileiros nesta semana: Maranhão e Alagoas. No primeiro estado, o desenvolvimento da cadeia produtiva da mandioca na região Pré-Amazônica e Vale do Alpercatas foi o tema da quarta reunião do Comitê Gestor de Mandiocultura da região. A reunião também discutiu a Bovinocultura de Leite. Leia mais em “Notícias”.

Em Alagoas, o terceiro Seminário sobre a Cultura da Mandioca e Derivados do Agreste de Alagoas, em Maceió termina hoje, após discutir as possibilidades de exploração da mandioca, desde a matéria-prima para a milenar fabricação de farinha, ao álcool, aguardente e a fécula, conhecida como goma, utilizada atualmente em mais de mil produtos. Hoje também foi realizada a 14ª reunião ordinária da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva e a formação da Câmara Setorial da Mandioca do Estado de Alagoas.

E na próxima semana, a cidade de Anastácio (MS) discutirá no dia 21, as pragas da cultura da mandioca. Veja mais informações na seção “Notícias”.
Acompanhe também nesta edição a análise dos preços semanais da mandioca e derivados na seção “Mandioca na Semana”. Na seção “Em foco” veja sobre uma pesquisa realizada na Universidade de Brasília sobre o etanol de mandioca. Em colunas, leia as informações da Conab e ABAM". (ver link abaixo)
A todos uma boa leitura!
Equipe Naturalequipe@natural.agr.br
Texto extraído na íntegra do site: www.mandioca.agr.br

REDE MANDIOCA COMO EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIALSUSTENTÁVEL

I) CARACTERIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

A REDE MANDIOCA estar articulada em 12 municípios maranhenses[1] envolvendo 51 grupos organizados em associações, cooperativas e/ou grupos informais, trabalhando com um público de aproximadamente 1.530 famílias diretamente e 7.650 pessoas indireto, todos são agricultores e agricultoras familiares e sobrevive dos resultados gerados pelo trabalho desenvolvido nas atividades da agricultura, criação de pequenos animais e de alguma atividade de extrativismo.
Surge em 2004 inspirada em outras experiências de rede bem sucedidas da Economia Popular Solidária, como a Rede Abelha nos estados nordestinos, Rede de Sementes, a Justa Trama, articulada em vários estados brasileiros, entre outras, que estão alicerçadas na construção dos processos produtivos (cadeias produtivas), que vai desde a organização da produção até o consumidor final.

A idéia surgiu em um encontro de planejamento da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, a partir da constatação do potencial econômico e cultural da mandioca no Maranhão.
Atualmente, no Maranhão, a mandioca integra com 50% a base alimentar da população. Segundo dados do Governo, a produção de mandioca no Maranhão é de 1.145 267 t, ocupando uma área de 151.177 ha com rendimento médio de 7.576 kg/ha. Conforme esses mesmos dados, houve um aumento substancial na área plantada de mandioca na ordem de 40.6% no período de 1996 a 2002. Observa-se também, mesmo com aumento da área plantada e da produção, um feito atribuído aos próprios agricultores e agricultoras, que não temos quaisquer incentivos por parte do Governo do Estado direcionados para a cadeia produtiva da mandioca.

O QUE É A REDE MANDIOCA:
É uma articulação estadual de organizações formais e informais de agricultores e agricultoras familiares que atuam diretamente no cultivo, manejo, beneficiamento e comercialização da mandioca e seus derivados.

OBJETIVOS DA REDE MANDIOCA
Estimular junto aos grupos de agricultores e agricultoras a criação da REDE MANDIOCA no Maranhão, garantindo maior visibilidade do cultivo, melhorando a qualidade da produção e conseqüentemente a renda das famílias, buscando sobretudo, viabilizar a comercialização através da REDE nas perspectivas da Economia Solidária.

RESULTADOS ESPERADOS
- Ter resgatado o cultivo da mandioca nas mais diversas regiões do estado, consorciado com espécies anuais e perenes com base nos princípios agroecológicos;

- Ter desencadeado o processo de construção da REDE MANDIOCA no estado como um espaço político e de visualização comercial da mandioca, com base no estudo antropológico e no levantamento da produção nos municípios produtores;

- Ter fortalecido as organizações dos agricultores e agricultoras para o enfrentamento direto com o mercado local, regional e global.

- Ter disseminado variedades de mandioca com maior índice de produção e produtividade para as várias regiões do estado.


- Ter melhorado a renda das famílias, garantindo a sobrevivência, como também a reprodução familiar.
Segundo a divisão territorial do Estado do Maranhão, a REDE MANDIOCA estar presente nos territórios do Baixo Parnaíba, Itapecuru Mirim, Baixada


II) ASPECTOS QUE APONTEM OS PRINCIPIOS E DIRETRIZES DA CÁRITAS NA TERRITORIALIDADE DA AÇÃO DESENVOLVIDA
As ações desenvolvidas pela REDE MANDIOCA buscam consonância com os princípios e diretrizes norteadores da Cáritas Brasileira, trabalhando na defesa e promoção da vida humana, bem como na construção de outras relações entre o homem e os recursos naturais, criando relações igualitárias de gênero, raça, etnia e geração na perspectiva de uma sociedade mais solidária e sustentável, através de um diálogo inter-religioso e intercultural, reforçando a cultura da solidariedade dentro de um processo democrático e participativo. Se por um lado, a consolidação da Rede Mandioca tem se dado também pela mesma ter surgido a partir da Cáritas Brasileira, entidade de atuação reconhecida, por outro, esta terá mais um ponto para seu fortalecimento, a partir de uma experiência de sucesso, a Rede Mandioca.

III) SOBRE A TEMÁTICA DO TERRITÓRIO
Circunstâncias (ou motivações) para a definição da opção pela territorialidade:
A criação da REDE MANDIOCA surge a partir das necessidades dos agricultores e agricultoras rurais dos municípios e comunidades acompanhadas com o apoio financeiro da CRS.

Qual o tipo de territorialidade da ação:
O cultivo da mandioca é praticado em todo Estado por agricultores e agricultoras rurais que herdaram dos Índios algumas praticas de cultivo e formas de utilização como alimentos. A cultura da mandioca faz parte da vida dos maranhenses, pois contribui com 50% da dieta alimentar e proporciona um incremento econômico nos municípios e comunidades no período da safra.

IV) AVANÇÕES E DESAFIO

PARA OS GRUPOS PRODUTIVOS:
- Organização política e produtiva
- Melhorou a qualidade, aumentou e diversificou a produção garantindo aumento da renda e perspectiva de auto-sustentabilidade
- Inserção nas discussões, articulações e conquistas de políticas públicas e desenvolvimento sustentável
- Novas perspectivas de comercialização: feiras locais/estadual e nacionais, compra direta, sai de cena a figura do “atravessador”, preços mais acessíveis
- Recuperação da auto-estima dos produtores de mandioca
- Retomada do fundo de crédito na lógica da EPS e direcionada para a cultura da mandioca

PARA A CB-REGIONAL MARANHÃO:
- Maior visibilidade das temáticas e maior reconhecimento da instituição e da Rede junto a sociedade e Estado
- Ampliação do acesso a novas fontes de apoio: CRS, MDA, BNB, SETRES (Secretaria Estadual de Economia Solidária)
- Retomada do fundo de crédito dando maior possibilidade de articulação de parcerias e perspectiva de ampliação e continuidade da ação
- Papel articulador e de referência da Rede e movimento de EPS
- Favoreceu o intercâmbio com experiências de grupos acompanhados pela CB de outras regiões do Estado

DESAFIOS
- Ampliação da Rede Estadual e Regionalmente
- Diversificação de fontes de financiamento e apoio
- Aprimoramento do processo produtivo na perspectiva da garantia da qualidade, da certificação, diversificação e verticalização
- Ampliação dos contatos para favorecer o fortalecimento e diversificação do processo de comercialização
- Constituição de um espaço de apoio e referência da cultura da mandioca
- Criar condições de apoio as novas comunidades/grupos que estão aderindo à Rede
- Maior incidência junto ao Estado para definição de políticas públicas específicas de fomento à cultura da mandioca (assistência técnica, crédito, ...) junto a Rede

[1] Os municípios que compõe a REDE MANDIOCA são: Barra do Corda, São Bernardo, São Mateus, Balsas, Magalhães de Almeida, Araióses, Viana, Penalva, Moscão, Cajapió, Codó, Vargem Grande.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

REDE MANDIOCA - CARTA DE PRINCÍPIO

A REDE MANDIOCA surge em 2004 inspirada em outras experiências de rede bem sucedidas da Economia Popular Solidária, como a Rede Abelha nos estados nordestinos, Rede de Sementes, a Justa Trama, articulada em vários estados brasileiros, entre outras, que estão alicerçadas na construção dos processos produtivos (cadeias produtivas), que vai desde a organização da produção até o consumidor final.

A idéia surgiu em um encontro de planejamento da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, a partir da constatação do potencial econômico e cultural da mandioca no Maranhão.

Atualmente, no Maranhão, a mandioca integra com 50% a base alimentar da população. Segundo dados do Governo, a produção de mandioca no Maranhão é de 1.145 267 t, ocupando uma área de 151.177 ha com rendimento médio de 7.576 kg/ha. Conforme esses mesmos dados, houve um aumento substancial na área plantada de mandioca na ordem de 40.6% no período de 1996 a 2002. Observa-se também, mesmo com aumento da área plantada e da produção, um feito atribuído aos próprios agricultores e agricultoras, que não temos quaisquer incentivos por parte do Governo do Estado direcionados para a cadeia produtiva da mandioca. Necessitamos urgentemente de uma política pública que leve em consideração a importância histórica e alimentar que a mandioca tem na mesa dos maranhenses.

A questão da assistência técnica para agricultura familiar neste Estado, passou por diversas fases. Inicialmente através da ANCAR que posteriormente foi substituída pela EMATER que funcionou até no segundo mandato da Governadora Roseana Sarney, que na oportunidade desativou todo sistema de extensão rural e pesquisa, fechando por completo a EMATER e a EMAPA. Estamos buscando construir um sistema de assessoramento técnico onde os trabalhadores e trabalhadoras juntamente com os técnicos possam através dos seus conhecimentos, implementar ações voltadas para um desenvolvimento solidário e sustentável das comunidades rurais desse nosso Maranhão.

O QUE É A REDE MANDIOCA:
É uma articulação estadual de organizações formais e informais de agricultores e agricultoras familiares que atuam diretamente no cultivo, manejo, beneficiamento e comercialização da mandioca e seus derivados.

OBJETIVOS DA REDE MANDIOCA
Estimular junto aos grupos de agricultores e agricultoras a criação da REDE MANDIOCA no Maranhão, garantindo maior visibilidade do cultivo, melhorando a qualidade da produção e conseqüentemente a renda das famílias, buscando sobretudo, viabilizar a comercialização através da REDE nas perspectivas da Economia Solidária.

RESULTADOS ESPERADOS
- Ter resgatado o cultivo da mandioca nas mais diversas regiões do estado, consorciado com espécies anuais e perenes com base nos princípios agroecológicos;

- Ter desencadeado o processo de construção da REDE MANDIOCA no estado como um espaço político e de visualização comercial da mandioca, com base no estudo antropológico e no levantamento da produção nos municípios produtores;

- Ter fortalecido as organizações dos agricultores e agricultoras para o enfrentamento direto com o mercado local, regional e global.

- Ter disseminado variedades de mandioca com maior índice de produção e produtividade para as várias regiões do estado.

- Ter melhorado a renda das famílias, garantindo a sobrevivência, como também a reprodução familiar.

OS PARTICIPANTES DA REDE MANDIOCA
Podem filiar-se a REDE MADIOCA:
Qualquer organização de agricultores e agricultoras familiares

1- Que trabalhe respeitando os princípios da agroecologia e da economia solidária. Entende-se por agricultura familiar:
a) a gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são feitos por indivíduos que mantém entre si laços de sangue ou casamento;

b) a maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família;

c) a propriedade dos meios de produção (embora nem sempre da terra) pertence à família e é em seu interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou aposentadoria dos responsáveis pela unidade produtiva” (INCRA/FAO, 1996: 4).

2- Que utilize práticas ambientais não agressivas como: manejo sustentável do solo, conservação da matéria orgânica, uso de cobertura verde e seca para proteção do solo, diversificação, consorciamento, rotação de cultura, adubação orgânica e verde, redução de queimadas, uso de tração animal, curvas de nível, etc.

3- Que trabalhe com controle alternativo de pragas e doenças das plantas e animais a base de preparados de plantas e produtos naturais.

4- Que valorize e resgate culturas e sementes tradicionais garantindo o equilíbrio dos ecossistemas.

5- Que trabalhe na perspectiva da integração das criações no sistema de produção familiar diversificado.

6- Que busque melhorar a qualidade da produção da mandioca e seus derivados utilizando equipamentos adequados com a realidade das comunidades, observando algumas práticas de higiene e de qualificação do produto final.

7- Que trabalhe a comercialização dos produtos através dos espaços da Economia Solidária e do comércio justo e solidário como feiras locais, regionais e estaduais, lojas, cooperativas, além do fornecimento de alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA do Governo Federal gerenciado pela Conab e no caso do estado e municípios, pelas secretarias municipais e estadual de agricultura.

8- Que busque vender sua produção diretamente ao consumidor final evitando assim ação de atravessadores dentro do processo produtivo que vai desde o controle da semente para o plantio até o consumidor final.

9- Que reconheça e fortaleça as lutas das mulheres e jovens do campo na busca de uma sociedade mais justa e igualitária entre homens e mulheres.

A REDE MANDIOCA pode participar através de seus representantes, de outras articulações regionais, territoriais, estaduais e nacional.

Fica sob a responsabilidade da Cáritas Brasileira Regional do Maranhão a parte de apoio/assessoria à referida REDE MANDIOCA.

Fica estabelecido o Estado do Maranhão como área de atuação da REDE MANDIOCA.

REDE MANDIOCA NA REDE

Este blog será um espaço para a divulgação das ações da REDE MANDIOCA desenvolvida pela Cáritas Brasileira Regional Maranhão, de debate sobre a cultura da mandioca, novas tecnologias no campo da produção, beneficamento, comercialização e na utilização alimentar dos produtos e subprodutos da mandioca.

Aqui teremos informações sobre as políticas públicas destinadas para a cultura da mandioca referentes a pesquisa, linhas de créditos (custeios e investimentos) para todas as fases do processo de produção da cultura.