terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SERÁ QUE O GOVERNO JACKSON LAGO VAI MUDAR O RUMO DO DESENVOLVIMENTO NO MARANHÃO?

Por Mayron Regis

O governador do Estado do Maranhão, Jackson Lago, se reuniu no final de semana passado, com ambientalistas de 15 organizações não governamentais finlandesas ligadas à Fundação Siemenpuu, que tem atuação em vários países. A atividade foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e teve como mediador o presidente nacional do MST, João Pedro Stédile. A discussão foi em torno dos impactos causados pela fabricação de celulose, a monocultura do eucalipto e o caminho para o fomento florestal.

Durante o encontro o representante da Rede Alerta Contra o Deserto Verde, Vinnie Overbeck apresentou uma pesquisa na qual relaciona os impactos ambientais causados pelas grandes empresas de celulose em todo o mundo, em especial na América Latina. O principal deles, segundo Overbeck, é a disputa pela terra, na qual empresas internacionais vêem o Brasi l como o país mais lucrativo para se produzir celulose, já que o Eucalipto, espécie bastante utilizada nesta prática, cresce e se desenvolve com bastante facilidade no território brasileiro.

Com isso, áreas que poderiam ser utilizadas para fins de reforma agrária acabam indo parar nas mãos de multinacionais do papel. "Eles (empresários) utilizam as áreas onde antes eram plantadas outras culturas de pequena produção para fazerem o plantio do eucalipto. O interesse pelas terras brasileiras acaba gerando uma especulação em torno das áreas que são vendidas a preços exorbitantes", explica o ambientalista.

A organização internacional "Amigos dos Sem Terra" também participou do debate levantando a importância de se estimular o agro-extrativismo, como forma de aumentar a geração de renda dentro das comunidades rurais vitimadas pelas fábricas de celulose. O representante Mika Ronkko também relacionou outros impactos ambientais, já que além de utilizar intensivamente os recursos naturais, o processo produtivo da celulose demanda grande quantidade de água, esvaziando os reservatórios e gerando a altos volumes de efluentes.

Segundo Jackson Lago, o encontro foi o pontapé inicial para uma relação de parceria com a Fundação Siemenpuu e a troca de experiências que venham a contribuir para solucionar os problemas ambientais no Maranhão. A discussão foi recebida com bastante interesse pelo governador, já que está prevista a instalação no Estado, até 2013, da fábrica Suzano Papel e Celulose, maior empresa brasileira em faturamento do setor. "Esse contato vai possibilitar a troca de experiências através de relatos positivos em outros países na América Latina, ajudando a resolver possíveis impactos ambientais", observou Lago.

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