quarta-feira, 22 de abril de 2009

GOVERNO LANÇA PROJETO DE SEMENTES CRIOLAS NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Objetivo é disponibilizar uma alimentação mais nutritiva às 900 famílias beneficiadas
O governo federal lançou, nessa semana, o projeto Semente Crioula, Resistência Quilombola. A iniciativa é da Secretaria Especial de Promoção à Igualdade Racial em parceria com a Embrapa.

O ministro de Igualdade Racial, Edson Santos, assinou um termo de cooperação com a Embrapa para melhorar o sistema produtivo de cinco comunidades quilombolas de Pernambuco. Em dois anos, o projeto pretende diversificar as lavouras cultivadas e criar um banco de sementes crioulas, que serão produzidas e gerenciadas pelos moradores. O objetivo é disponibilizar uma alimentação mais nutritiva às 900 famílias beneficiadas.
– Tentar multiplicar sementes de materiais que eles têm em pouca quantidade e verificar no acervo no banco de germoplasma da própria Embrapa. Alguns materiais que, de alguma forma, foram coletados no passado nessas regiões e que essas comunidades, por algum motivo, perderam ao longo do tempo – afirma o pesquisador da Embrapa Hortaliças, Edson Guiducci Filho.

Um dos desafios do programa será enfrentar o problema da fome na região. Nas cinco comunidades quilombolas beneficiadas, mais da metade dos moradores sofre de insegurança alimentar. E entre as crianças de até cinco anos de idade, o risco de desnutrição é 76% maior que no restante da população brasileira.

O representante das famílias quilombolas, Antônio Mendes, explica que, atualmente, a alimentação das comunidades é muito pobre.
– Por estar numa região semi-árida, a produção se resume a três meses do ano. Então, nesses três meses do ano é a produção do feijão e do milho, daí a gente tem que comprar nas cidades e nem sempre as pessoas das comunidades têm acesso a recursos financeiros para comprar.
Segundo o ministro da Igualdade Racial, o projeto deve minimizar a pobreza da região.
– Esse é o primeiro objetivo: garantir a produção de alimentos que reverta esse quadro. Agora, em segundo lugar, a possibilidade até de comercialização daquilo que for excedente da produção.

Por: Luciane Kohlmann Brasília (DF)
www.canalrural.com.br

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