quinta-feira, 12 de março de 2009

OLEAMA RETOMA OS INVESTIMENTOS À BASE DE BABAÇU NA SUA FÁBRICA

É muito animador ver esse interesse do Governo Brasileiro em investir no setor do extrativismo do babaçu no Maranhão. Seria muito mais cabível se esse mesmo Governo olhasse tambem para o outro lado do processo produtivo.

Injetar recursos em apenas um lado do processo (indústria) é condenar quem está na outra ponta, ou seja, as QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU, que vivem sem terras, sem créditos, sem apoio técnico e por aí vai....

Ao invés de revitalizar a OLEAMA, seria mais cabível apoiar as iniciativas locais de baneficiamento do coco babaçu já existentes, como é o caso da COOPALJ em Lago do Junco, experiências locais do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu em Imperatriz, Viana, São Luís Gonzaga entre outros, que são administrados pelos próprios grupos (autogestão) e em muitos casos já trabalham com a exportação do subprodutos do babaçu.
Todos esses grupos (associações e/ou cooperativas) trabalham na perspectiva da economia solidária e princípios da agroecologia sem exploração do trabalho das mulheres e infantil.

Inversamente, a grande indústria vai gerar mais exploração das Quebradeiras, mais pressão nos recursos naturais com o aumento da demanda, menos ditribuição de renda, uma vez que os lucros são destinados para os donos da indústria, alimentando esse modelo de desenvolvimento que só funciona com injeção direta de recursos públicos.

Vejam a baixo a materia sobre a OLEAMA.

Empresa maranhense é comprada pela paulista Rosatex, que investirá R$ 20 mi

Com vistas a conquistar maior fatia dos mercados nacional e internacional, a Oleaginosas Maranhense (Oleama) anunciou para este ano investimentos da ordem de R$ 20 milhões na modernização do seu parque industrial, na BR-135, para revitalizar a sua linha de produtos à base de babaçu. Para tanto, uma parceria foi firmada com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e outras entidades no sentido de garantir certificação socioambiental, com investimentos em toda a cadeia produtiva, desde as quebradeiras de coco. Coligada à União Fabril Exportadora S.A. (UFE), do Rio de Janeiro, a Oleama, desde dezembro do ano passado, passou para o controle da empresa paulista Rosatex, que adquiriu a UFE (ver matéria correlata).
“A nossa principal matéria-prima, o óleo de babaçu, que conhecemos há mais de 25 anos, é marcada pelo sacrifício das quebradeiras de coco, que correspondem ao setor primário desta cadeia produtiva, também marcado pelos trabalhos escravo e infantil. Então, optamos por produtos ecologicamente corretos, desde o início da cadeia”, explicou José Domingos dos Santos, presidente da Rosatex e da Oleama.

Neste sentido, a parceria com o MDA em busca da certificação ecologicamente correta tem a participação da GTZ, agência alemã pública de direito privado, que atua no Brasil ajudando a desenvolver o setor empresarial e a reduzir as desigualdades sociais.
“Não podemos esquecer que o óleo extraído da amêndoa do babaçu representa apenas 7% do fruto. Há tanta riqueza no óleo quando nos outros 93% restantes do coco, capaz de gerar até 64 subprodutos diferentes. Por isso, é necessário incentivar o setor primário desta cadeia produtiva para que as cooperativas de quebradeiras possam oferecer para outras indústrias o amido de babaçu, o mesocarpo, o carvão e os demais subprodutos”, acrescentou José Domingos dos Santos.

RECICLAGEM

Em busca da certificação de seus produtos, todas as embalagens utilizadas pela Oleama serão 100% recicláveis. Outra novidade é que, na próxima segunda-feira, 9, uma nova linha de cosméticos integrará a gama de produtos à base de babaçu, que até então se limitava à produção de óleos refinados e comestíveis, saponáceos e produtos de limpeza em geral.

A diretoria da Oleama trouxe à sua indústria, ontem, representantes de cooperativas de quebradeiras de coco para uma reunião com o coordenador-geral de planejamento e implementação de projetos do MDA, José Aldemar Batista. Também participou do encontro a representante da GTZ, Rejane Tavares.

CADEIAS PRODUTIVAS

José Batista explicou que, no MDA, há projeção de investimentos em 10 cadeias produtivas básicas no país, das quais foram escolhidas inicialmente a do babaçu e a da castanha do Brasil. No caso do babaçu, trata-se de um produto responsável por 90% do mercado extrativista nacional, desde que desconsiderada a extração de madeira. Já a castanha representa 5% do mercado.
“Sobre o babaçu, há projetos a serem desenvolvidos, inclusive por meio de Parceria Pública Privada, voltados a melhorar as relações de trabalho, a fim de inibir a participação infantil e a exploração de mulheres. Este plano para o babaçu tem um estudo precedente, que nos deu uma visão dos personagens envolvidos na cadeia produtiva”, explicou Batista.

Ele também ressaltou a importância de valorizar os subprodutos do babaçu, em vez de transformar o coco inteiro em carvão para uso industrial. Deve-se preservar a amêndoa para outros fins. “É preciso incentivar boas práticas de manejo”, destacou Batista.

Ele revelou que as quebradeiras de coco têm outras demandas, como acesso à assistência técnica e aos meios de financiamentos, pois o MDA possui recursos para este fim - do Fundo de Amparo ao Trabalhador -, mas ao qual pequenos produtores e as cooperativas encontram dificuldades de acesso.

Segundo José Batista, estima-se que haja no Maranhão cerca de 6 milhões de hectares de babaçuais atualmente com quatro reservas extrativistas, que totalizam 37 mil hectares, de onde 1.400 famílias atuam na extração do coco. “O acesso aos babaçuais é também um entrave ao desenvolvimento da atividade”, observou o representante do MDA.
Saiba mais

A Oleama já faz parte da história econômica do Maranhão, onde atua há 47 anos. Produz itens como o sabão Real, o desinfetante União, o sabão de coco Polar, entre outros. Desde 1997, atua também no segmento de produtos de higiene pessoal, com distribuição nacional, com o sabonete Flores da Serra.

Um comentário:

Anônimo disse...

tenho como desenvolver maquina de quebra de coco babaçu para as cooperativas , pois estou fundando uma no municipio de são joão batista sem mesmo o apoio da prefeitura o custo do maquiinario sai por 8.000 informaçoes marconio.ribeiro@hotmail.com